“Excesso de Peso: O Que Ninguém Te Contou Sobre a Verdadeira Crise de Saúde”

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É provável que você já tenha ouvido falar da gravidade do aumento dos índices de excesso de peso, mas vamos encarar os fatos: dizer que “a obesidade é um problema crescente” soa quase como um clichê. Todo mundo já sabe disso. No entanto, quero que você entenda a verdadeira dimensão desse problema. A obesidade não é só uma condição; ela se tornou uma pandemia silenciosa que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo e impacta diretamente o futuro da nossa sociedade.

O Crescimento da Obesidade: De Rara a Pandêmica

Em 1950, ser obeso era raro e comumente associado a um padrão de vida elevado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de obesidade era de apenas 15,1% nos anos 1970. Com o passar das décadas e o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, a taxa disparou, chegando a 38% entre os homens e 41,5% entre as mulheres em 2020. E não são apenas os EUA. No cenário global, a obesidade aumentou drasticamente desde 1975. Na época, apenas 3,2% dos homens e 6,4% das mulheres eram obesos; hoje, os números chegam a 15% e mais de 21%, respectivamente.

Esse aumento alarmante não é coincidência. É resultado de uma combinação de fatores genéticos, comportamentais, ambientais e culturais, que juntos criam uma “tempestade perfeita” para o crescimento do excesso de peso e suas consequências devastadoras.

Impactos Profundos: Saúde, Economia e Sociedade

Esses números não são apenas estatísticas; representam vidas reais. O excesso de peso não é apenas um número na balança ou um índice elevado de IMC – é uma condição ligada a problemas graves de saúde, como diabetes, doenças cardíacas, hipertensão e câncer. A sobrecarga no sistema de saúde é imensa. Nos EUA, o custo anual das doenças associadas à obesidade é estimado entre 48 e 66 bilhões de dólares até 2030. Em alguns países, os custos associados podem representar até 2,42% do PIB, considerando tanto os gastos diretos com tratamentos quanto os custos indiretos, como absenteísmo e perda de produtividade.

Além do impacto financeiro, o excesso de peso reduz a expectativa de vida. Um conceito chamado “anos de vida perdidos” (YLL) mostra quantos anos as pessoas perdem por causa dessa condição. No mundo, o excesso de peso é responsável por cerca de 95 milhões de anos de vida perdidos. Em média, uma pessoa com obesidade severa vive de 7 a 8,5 anos a menos. E esses anos não são apenas anos de vida – são anos de vida saudável, produtiva, que poderiam ter sido aproveitados ao lado de familiares e amigos.

Qualidade de Vida e Comorbidades

Além da expectativa de vida reduzida, há uma perda significativa na qualidade de vida. A obesidade prejudica a mobilidade, aumenta as limitações funcionais e reduz a capacidade de aproveitar a vida. As comorbidades, como diabetes e hipertensão, causam sofrimento físico e emocional, exigindo monitoramento constante e, muitas vezes, intervenções invasivas, como cirurgias.

Uma Pandemia Silenciosa

A obesidade é uma pandemia que se desenvolve lentamente, afetando todas as faixas etárias, gêneros e classes sociais. Diferente de doenças infecciosas que causam pânico imediato, a obesidade cresce silenciosamente, e o custo para a sociedade aumenta a cada dia. Isso não afeta apenas o sistema de saúde, mas cada indivíduo, cada família, cada comunidade, e exige uma reflexão profunda sobre o impacto de nossas escolhas e estilo de vida.

Fatores Comportamentais e a Complexidade da Condição

O que nos torna tão vulneráveis ao ganho de peso? Por que métodos tradicionais como dieta e exercício físico frequentemente falham em trazer resultados sustentáveis? Por muito tempo, tratamos o excesso de peso como um problema isolado de calorias, ignorando um fator essencial: o cérebro. Nosso cérebro exerce um papel crucial no controle de peso, influenciando nosso comportamento alimentar de maneira profunda e complexa. O consumo de alimentos ultraprocessados, os altos níveis de estresse e a falta de tempo para descanso criam um ambiente que dificulta o controle do peso, especialmente em uma sociedade que promove o prazer alimentar instantâneo e oferece acesso fácil a alimentos pouco saudáveis.

A Batalha Constante e o Paradoxo da Vida Moderna

Na sociedade moderna, combater o excesso de peso é uma batalha diária. Estamos cercados por alimentos ultraprocessados e bombardeados por campanhas publicitárias que promovem indulgência, enquanto ao mesmo tempo somos incentivados a ter corpos magros e saudáveis. Esse é o paradoxo da obesidade moderna: queremos viver de forma saudável, mas o ambiente à nossa volta torna essa tarefa extremamente desafiadora.

Viver Mais e Viver Melhor

Hoje, embora a expectativa de vida tenha aumentado, a qualidade dessa vida está em declínio. Muitas pessoas estão vivendo mais, mas enfrentam limitações físicas, dores e desafios que comprometem seu potencial. Para aqueles que convivem com o excesso de peso, a situação é ainda mais desafiadora. O objetivo não é apenas viver mais, mas viver melhor, com saúde e bem-estar.

A Reflexão Necessária e o Papel da Sociedade

Como sociedade, precisamos refletir sobre o preço que estamos dispostos a pagar. O peso dessa pandemia não recai apenas sobre o sistema de saúde, mas afeta a vida de milhões de pessoas de forma profunda e devastadora. Precisamos abordar o tema com honestidade e, sim, com um toque de irreverência. Afinal, o excesso de peso não é apenas um número na balança ou um índice elevado de IMC – é uma realidade que afeta a vida de milhões e exige soluções mais profundas e complexas do que simples dietas.

Um Desafio Global

Estamos diante de uma pandemia que, ao contrário de outras, se desenvolve lentamente, mas tem consequências devastadoras. Para enfrentar esse desafio, é necessário mais do que respostas simplistas. Precisamos de uma abordagem que leve em conta os aspectos sociais, culturais e ambientais que influenciam nosso comportamento alimentar e a nossa saúde.


Dr. Rogério Lobato – Cardiologista- CRM-Sp 109.577.

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